Uma perspectiva histórica e sistêmica do capitalismo de vigilância
Palavras-chave:
capitalismo, vigilância, digital, dadoResumo
Durante muitos anos o valor cresceu nas pontas, alimentando uma venturosa economia, que acabou transformando-se na “Bolha da Internet”, que estourou em 2001. O estouro da bolha não foi responsável por afetar esta próspera economia, ele dizimou milhares de empresas com propostas inexeqüíveis, levando à profissionalização do mercado, que passou a buscar novos e promissores modelos de negócios. Estes modelos de negócio criam uma espécie de contra-revolução, matando a inovação na Internet, e aumentando a sua regulabilidade pelo mercado. Para Zittrain, a experiência de acesso à Internet esta sendo moldada em função do dispositivo com o qual o usuário à acessa. Este mesmo entendimento pode ser utilizado para analisar as “caixas pretas digitais”, que são as atuais plataformas como Google, Facebook, Alibaba, WhatsApp, Netflix, e etc. Shoshana Zuboff (2015) trata esta mudança como “Independência Estrutural”. Diferente da necessidade de balancear a renda da população com os preços dos bens produzidos, para mover a “roda da economia”, do capitalismo do século XX, o capitalismo de vigilância, rompe com esta premissa, criando uma independência estrutural, onde a população deixa de ser necessária como fonte de clientes e empregados. A independência estrutural significa que a empresa, no capitalismo de vigilância, necessita apenas dos dados do indivíduo, com os quais constrói perfis que se tornarão seus ativos.